terça-feira, 21 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

                                  DESEJO UM FELIZ NATAL ABENÇOADO PARA TODOS!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

REVISTA AUTISMO-VAMOS REIMPRIMIR?

Um grupo de pais de crianças com autismo criou a Revista Autismo, gratuita, de circulação nacional e com 100% de voluntariado, sem ONG, sem empresa, sem governo e sem nenhum dinheiro -- um verdadeiro milagre nos dias de hoje! -- veja detalhes no site
http://revistaautismo.com.br/noticias/pais-brasileiros-criam-a-primeira-revista-de-autismo-na-america-latina-com-100-de-voluntariado e se precisar, me pergunte mais informações.

O autismo não é raro como muito podem pensar, é mais comum do que se imagina, atingindo hoje nos EUA 1 a cada 110 crianças (veja reportagem da revista). No Brasil não temos estatísticas, mas estima-se que haja 2 milhões de pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA). A síndrome é mais comum em crianças do que AIDS, câncer ou diabetes. E o tratamento quanto antes for feito, melhores os resultados.

Eu, que sou pós-graduado em Jornalismo e tenho um filho de 3 anos de 7 meses com autismo fui convidado a (e topei) ser o editor-chefe da revista e "capitanear" este barco. O objetivo é levar informação a pais que não têm acesso à internet -- além, logicamente, de atingir profissionais e governos para que diminua-se o preconceito e crie-se políticas públicas para atender às famílias afetadas por essa síndrome -- pois é algo que afeta e desestrutura a família toda.

Só pudemos imprimir 5 mil exemplares, o que durou uma semana. A demanda é absurda por informação sobre autismo no Brasil, pois não há quase nada. A falta de informação é tão grande que nossa revista é a única na América Latina sobre o tema e a única no mundo em língua portuguesa (tivemos solicitações e enviamos algumas inclusive para Portugal e para brasileiros na Inglaterra, Japão, EUA e a um médico mexicano na Cidade do México).

Como ainda não conseguimos um patrocínio para continuarmos o projeto e fazermos a próxima edição, estamos realizando uma campanha de doações para reimprimir a edição de lançamento -- o número zero da revista, que aliás está em versão virtual e em PDF para ser baixado, com 100% do conteúdo, sem restrições, no site da revsita (RevistaAutismo.com.br) e por este link (http://www.revistaautismo.com.br/revistaautismo0.pdf).

Cotei e com R$ 11mil podemos reimprimir mais 5 mil exemplares da edição de lançamento (número 0), na gráfica do  Zinho (de SC, a mesma que nos doou a impressão anterior).
Com doações, nossas ou que consigamos angariar de outros grupos, pessoas, empresas etc. podemos fazer isso!

Abri uma conta no Bradesco somente para doações à revista (escolhi o Bradesco pois pode-se depositar em qualquer ag. de CORREIOS, que tem em todo o Brasil).
Banco: Bradesco
Agência: 2534-8 (nem sempre precisa do dígito da agência)
Conta Corrente: 8679-7
Titular: eu (Francisco de Paiva e Silva Junior - CPF:181.874.238-11)

Quem doar, não precisa enviar comprovante. A ideia é primeiro conseguirmos o montante para reimprimir, depois todos podem solicitar envio pelo correio, pagando a postagem de R$ 2,50 por revista para qualquer endereço do Brasil (R$ 2,30 pela encomenda simples nos correios + R$ 0,20 pela embalagem).

Hoje (29/11/2010) já temos R$ 5.889,45, precisamos somente de R$ 4.110.55 -- e se conseguirmos mais, imprimiremos mais exemplares, sem dúvida, pois a demanda é enorme e entendemos que mais 10 mil exemplares seria o ideal, porém, um número ainda distante!
Caixa da Revista Autismo está público no link http://goo.gl/LmIFQ para que todos vejam e fiscalizem.

Então, sugiro que além de todos que puderem doar o façam (seja a quantia que for será muito bem-vida e agradecida), fazer uma pequena campanha na sua igreja, centro, empresa. Explique a importância deste projeto e não será difícil conseguir algo para uma causa tão nobre como esta.

Para fazermos uma próxima edição, precisamos de R$ 40 mil (para 15 mil exemplares, se conseguirmos menos, fazemos menos), portanto estamos nos focando apenas em reimprimir esta edição de lançamento para divulgar mais e tentar conseguir 1 ou 2 grandes empresas que possam patrocinar edições trimestrais o que daria ( R$ 160 mil ao ano = 4 edições de 15 mil exemplares cada). Se você tiver contato com alguma empresa que se encaixe no perfil para esse patrocínio, contate-me para tentarmos algo juntos. Conseguiremos, eu creio!

Antecipadamente agradeço o que conseguirem ou ao menos tentarem.

Abraço a todos,

Paiva Junior
Editor-chefe, Revista Autismo -- Informação gerando ação
RevistaAutismo.com.br -- A primeira revista sobre autismo da América Latina e a em língua portuguesa no mundo
Siga a revista no Twitter:

sábado, 13 de novembro de 2010

Cura do Autismo ? Jornal Nacional

Pesquisa de brasileiros traz esperança para a cura do autismo

REVISTA ÉPOCA -

Pesquisa de brasileiros traz esperança para a cura do autismo

Os cientistas testaram um remédio que deixou normal um neurônio de uma criança autista.

O Jornal Nacional noticiou nesta quinta uma descoberta promissora para as pessoas que têm autismo: uma disfunção que afeta a capacidade motora, de comunicação e de relacionamento do ser humano. Nesta sexta, o correspondente Rodrigo Bocardi conversou com o cientista brasileiro que chefiou a pesquisa para saber mais sobre essa descoberta.
A criança não se comunica direito. O convívio com as pessoas é limitado. E quando os pais se dão conta, percebem que o filho é portador de um transtorno neurológico: o autismo.
A doença até hoje se mostrou incurável e fez muitos pais se cobrarem achando que não deram o amor necessário ao filho. De San Diego, na Costa Oeste dos Estados Unidos, o pesquisador Alysson Muotri contesta.
"O estigma não deve existir mais. Não é culpa dos pais. Isso é um problema genético e a gente tem que trabalhar em cima disso".
Alysson chegou a essa conclusão depois de coordenar um estudo com mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto, na Universidade da Califórnia.
Para entender o cérebro de um autista, eles coletaram pedaços de pele de quatro crianças com a doença e de cinco sem. No laboratório, separaram as células da pele e as reprogramaram para se tornar neurônios.
Resultado: viram que os núcleos das células de crianças com autismo eram maiores e as ramificações de ligação com outros neurônios eram mais curtas e em menor número do que nas crianças sem o transtorno.
O próximo passo foi tentar resolver os problemas dos neurônios com sinais da doença. Os pesquisadores recorreram a diversos remédios. Um deles funcionou, deixou o neurônio normal. Isso deu esperanças de que o autismo possa ser curado.
Se foi possível alterar uma célula, é possível alterar todos os neurônios do cérebro, dizem os pesquisadores.
A questão é que o remédio foi eficiente para tratar uma célula em laboratório. Em doses maiores traz efeitos colaterais graves.
"O grande desafio agora é fazer uma triagem de novas drogas na esperança de conseguir descobrir um novo remédio que seja menos tóxico e que seja muito mais efeito do que o que a gente tem como prova de princípio hoje. Mas tudo pode acontecer. Pode ser que a gente tenha uma descoberta fenomenal e as coisas acelerem muito mais", finalizou Alysson.

 PÁGINA JN
Os cientistas brasileiros Alysson Muotri, Cassiano Carromeu e Maria Carolina Marchetto conseguiram, pela primeira vez, transformar em células saudáveis neurônios de portadores de um tipo de autismo.
Os três, que trabalham nos Estados Unidos, reprogramaram as células humanas em laboratório.
O autismo é uma disfunção que afeta a capacidade de comunicação, a capacidade motora e de relacionamento do ser humano. O estudo vai ser publicado na próxima edição da revista Cell.

 
"ESPERANÇA DE CURA NO AUTISMO,Link da reportagem:
http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/estudo-analisa-o-comportamento-cerebral-do-autismo"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010


A ABENEPI – Núcleo Sorocaba convida para Palestra mensal gratuita.
  
Tema: “Sociedade de consumo -um ponto de vista psicanalítico e o impacto no desenvolvimento da criança" 
Palestrante HANG-LY HOMEM IKEGAMI ROCHEL Psiquiatra e Psicanalista, Membro Associado da SBPSP.
07 de OUTUBRO (quinta-feira) das 20:00 às 22:00 h. 
LOCAL: SOCIEDADE MÉDICA DE SOROCABA
Rua Mons. João Soares, 75 – 3º andar, Centro – Tel. *3231-8633
  3231-1465
 
 
* DIA 06/11/2010 VII Jornada da ABENEPI – Núcleo Sorocaba.
Tema: DISLEXIA.
AS INSCRIÇÕES JÁ PODEM SER FEITAS NA SOCIEDADE MÉDICA OU NA VIA HUMANA - Clínica de Psicologia e RH situada à Rua Sarutaiá, 150 - Centro - Sorocaba, SP. Tel. (15) 3013-6589.
 Público alvo
    Educadores,  Especialistas , Estudantes de áreas afins  e demais interessados.

Participe!

Não há necessidade de inscrições prévias
.
 

domingo, 3 de outubro de 2010

  

Livro Deficiência ou Eficiência- Autismo: Uma Emergência Espiritual?



Olá Pessoal.
Foi publicada a 8ª edição do livro DEFICIÊNCIA OU EFICIÊNCIA - Autismo: Uma Emergência Espiritual?, meu terceiro livro sobre o autismo, onde vivências com meu filho e convivência no mundo das deficiência humanas os obstáculos sempre estimulam.
O Autista apresenta um comportamento de reação contra as barreiras que só ele enxerga.
A introspecção, o silêncio eloquente, o comportamento agressivo, a regressão, a sublimação, a resignação e o comportamento adulto, não reconhece valores, bem, mal e moralidade, e não se orienta por normas sociais.
Este livro é uma valiosa contribuição para outros pais em semelhante situação, oferecendo significativos ensinamentos que muito poderão ajudar, não só no que se refere a informações sobre o autismo, mas, sobretudo pelo admirável exemplo e testemunho de quanto pode o amor materno-paterno na convivência diária, como educadores e terapeutas de um filho autista, ou portador de qualquer outra síndrome limitadora, reversível ou não.
Para adquirir o Deficiência ou Eficiência - 8ª Edição, visite:
http://www.clubedeautores.com.br/book/31502--DEFICIENCIA_OU_EFICIENCIA
Nilton Salvador Pai de Autista Curitiba - Paraná - Brasilhttp://autismovivenciasautisticas.blogspot.com

LIVRO:EU FALO SIM


                                             Livro EU FALO SIM


O livro : EU FALO SIM

Autoras: Silmara R.Casadei e Vera L.M.Bailão.

Publicação da Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda http://www.escrituras.com.br/ Trata-se da história do nosso filho Tomás e seu processo de inclusão escolar! A relação com os amiguinhos da classe, o envolvimento dos profissionais, o desenvolvimento e aprendizado nesses anos todos.

Relata a abordagem pedagógica diferenciada com Intervenção Comportamental e a utilização do PECS funcional.

Desconheço a existência de um livro com tais peculiaridades.Um livro feito por uma tríade: diretora, terapeuta e família.

A escritora e diretora Silmara Rascalha Casadei, com a co-autora Vera Lucia Mendes Bailão e ilustrações minhas, Marilei Moreira Vasconcellos Fernandes, mãe de Tomás.

Além da Editora, poderão adquirir o livro em diversas livrarias e distribuidores em S. Paulo e em todo o Brasil. Vejam a relação dos parceiros da Editora: http://www.escrituras.com.br/ondecomprar.php

Este livro será um valioso instrumento na inclusão escolar de muitas crianças.

Creio que a partir da história do Tomás, muitas outras histórias maravilhosas possam pipocar por todo o Brasil.

Obrigada de coração à todos vocês!
Marilei, Mãe de Alinne(15) e Tomás (8) - São Paulo
Sinopse: Uma criança numa escola pode comunicar-se com os colegas de um jeito diferente? Tomás e seus amigos acham que sim. O livro Eu falo sim (Coleção Escritinha Escrituras Editora) apresenta a história de uma turminha que aprende junto a um amigo um pouco diferente novos jeitos de se comunicar. Baseado em uma história real, foi escrito pela pedagoga e mestre em Educação Silmara Rascalha Casadei e a fonoaudióloga Vera Mendes Bailão (USP) e conta com as ilustrações de Marilei Moreira Vasconcellos Fernandes, mãe do Tomás, a fonte inspiradora da história. Eu falo sim traz a beleza da diversidade humana e as variadas possibilidades de expressões que, ao se conectarem compreensivelmente, descobrem que a linguagem que aproxima os diferentes é a linguagem do amor.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

          AUTISMO:   AINDA UM INIGMA


Novos estudos sobre o autismo
26/08/10 – Publicada no volume 45 da revista Ciência Hoje, reportagem de Isabela Fraga levanta questões importantes sobre o assunto e conta com a colaboração do dr. Leonardo C. de Azevedo, do Instituto Fernandes Figueira (IFF – Fiocruz), hoje presidente do Departamento de Neurologia da SBP.
“Acreditamos que o diagnóstico feito ainda no primeiro ano ou antes de dois anos de idade, a indicação de programas para a intervenção precoce e amplas pesquisas buscando as causas, os biomarcadores e as possibilidades terapêuticas podem melhorar o prognóstico e até mesmo apontar para a cura do autismo”, diz o dr. Leonardo. Clique aqui para ver o pdf ou leia, abaixo, o texto na íntegra:

NEUROLOGIA
Ainda um enigma
Há mais de 70 anos cientistas de todo mundo se dedicam a estudar aquela que é uma das mais enigmáticas desordens neurológicas: o autismo. Embora muitos avanços tenham sido feitos na área clínica, os mecanismos moleculares, genéticos e neurobiológicos desse distúrbio permanecem em grande parte desconhecidos. Novos estudos, entretanto, parecem dar esperança para se recomendar tratamentos e medicamentos mais eficazes em um futuro próximo.
Isabela Fraga
Ciência Hoje/RJ

“Ele vive no seu próprio mundo.” A frase é bastante utilizada para descrever de forma leviana pessoas distraídas, que dão pouca atenção ao que acontece ao seu redor. As mesmas palavras, entretanto, ganham um significado muito mais enfático quando se referem a um portador de autismo – uma desordem neurológica manifestada por uma tríade de sintomas: déficit de interação social, dificuldade de linguagem e comportamento repetitivo.
A imagem clássica da pessoa autista – reproduzida em filmes, livros e seriados de televisão – é a de um indivíduo indiferente ao ambiente que o cerca, balançando para frente e para trás, sem olhar nos olhos de ninguém, conversar ou demonstrar interesse por qualquer assunto. Como todos os estereótipos, essa representação do autismo não pode ser encarada como verdade absoluta.
Afinal, o autismo não é uma disfunção única, mas sim um espectro de problemas, que variam de intensidade e tipo. Uma criança com um autismo leve como a síndrome de Asperger, por exemplo, pode conversar, frequentar escolas normais e ter uma vida independente quando envelhecer. E é justamente por abarcar uma infinidade de comportamentos e sintomas secundários que médicos e cientistas preferem classificar o distúrbio, de maneira mais geral, como desordens do espectro autista (ASD, na sigla em inglês).
Como um dos principais sintomas do autismo é a dificuldade de interação social e de comunicação, torna-se um duplo desafio para pais, médicos, neurologistas, psicólogos e psiquiatras diagnosticar e tratar de crianças que apresentam esse comportamento. Não receber resposta a perguntas simples como ‘o que há de errado?’ e não conseguir estabelecer conexão com o filho ou paciente são situações cotidianas para pessoas que lidam de perto com o autismo. “É uma charada difícil de ser desvendada, e por isso decepcionante e frustrante”, comenta o neuropediatra Leonardo deAzevedo, do Instituto Fernandes Figueira (IFF-Fiocruz), no Rio de Janeiro.
DeAzevedo realiza estudos clínicos sobre o autismo, em especial sobre a relação entre o distúrbio e o sistema imunológico do seu portador. Além dele, outros pesquisadores e médicos do Laboratório de Neurobiologia e Neurofisiologia Clínica do setor de Neurologia do instituto têm as desordens do espectro autista como objeto de estudo, como é o caso do neurofisiologista Vladimir Lazarev e do neurologista Adailton Pontes, mais voltados para a neurofisiologia da desordem.
Diagnóstico: quanto antes, melhor
O documentário O nome dela é Sabine, dirigido pela atriz francesa Sandrine Bonnaire, apresenta bem alguns aspectos da vida de uma pessoa portadora de autismo. No filme, a diretora focaliza sua irmã, Sabine, portadora de um tipo de autismo que não é explicitado ao longo do documentário. Ela tem olhar vago, está acima do peso, não estabelece contato visual, repete a mesma pergunta várias vezes, não mantém uma conversa por muito tempo e tem surtos ocasionais de violência.
Sobre essa imagem triste da irmã, a diretora contrapõe trechos de filmes caseiros antigos, nos quais Sabine está completamente diferente. Mais magra, ela parece demonstrar mais domínio sobre seu corpo, conversa com a irmã com muito mais facilidade, dança e ri. A diferença entre essas duas Sabines é enorme, e logo o espectador compreende: por falta de diagnóstico e tratamento adequados, Sabine acabou por ser internada num hospital psiquiátrico, onde permaneceu por cinco anos. O filme parece ser um mea culpa de Sandrine em relação à piora drástica da irmã.
Episódios como esse, no entanto, em que uma criança portadora de autismo é erroneamente diagnosticada e, por isso, não passa por tratamentos adequados, não são raros, mesmo hoje em dia. No Brasil, por exemplo, ainda há muitos casos de diagnóstico tardio. A dificuldade, por parte dos pais, de perceber os sintomas em seus filhos ainda bebês, juntamente com o desconhecimento em relação ao distúrbio, fazem com que a criança seja apontada como autista somente quando está mais velha.
Esse cenário está longe do ideal. É de consenso geral entre os cientistas: quanto antes for feito o diagnóstico do autismo, mais fácil e eficiente é o tratamento e, consequentemente, também a melhora. Para o médico Estevão Vadasz, coordenador do Projeto Autismo no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o ideal é que o diagnóstico seja feito quando a criança tem entre um ano e meio e dois anos. “O mais comum, no entanto, é a partir dos três anos de idade”, afirma.
Por apresentar diversos sintomas e níveis, o próprio diagnóstico para a desordem do espectro autista é bastante individualizado e subjetivo. Segundo Vadasz, a observação é a base para que se aponte se uma criança tem ou não autismo. “Observamos as três áreas mais afetadas pelas desordens autistas: a comunicação e a linguagem, a socialização; e os comportamentos repetitivos e interesses circunscritos”, explica o médico, acrescentando que não há um exame médico específico para o diagnóstico do autismo.
No Brasil, não há uma estimativa oficial do governo de casos de autismo na população e, para fins estatísticos, utilizam-se dados extrapolados de instituições estrangeiras, como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Segundo um relatório de 2006 desse instituto, uma em cada 110 crianças é portadora de uma desordem do espectro autista. O número parece bastante alto, mas os critérios do instituto provavelmente englobam muitos níveis de autismo, inclusive os mais leves.
Os vários autismos
De maneira geral, as desordens de espectro autista, que englobam uma grande variedade de comportamentos e problemas sob o ponto de vista clínico, podem ser divididas em dois ‘tipos’ de autismo. Obviamente, essa divisão é artificial e abarca em si outras muitas pequenas variações.
1) Síndrome de Asperger. Descrita pela primeira vez pelo pediatra austríaco Hans Asperger (1906–1980), é considerada uma forma de autismo mais branda. Seus portadores apresentam os três sintomas básicos (dificuldade de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos), mas suas capacidades cognitivas e de linguagem são relativamente preservadas. Na verdade, alguns até mesmo apresentam níveis de QI acima da média, motivo pelo qual a criança portadora da síndrome de Asperger é comumente representada como um pequeno gênio que descobre códigos e resolve enigmas. Entretanto, a síndrome de Asperger engloba aproximadamente 20-30% dos portadores de desordens do espectro autista.
2) Autismo ‘clássico’. É o tipo descrito pelo médico austríaco erradicado nos Estados Unidos Leo Kanner (1894-1981). Kanner foi o primeiro a utilizar a nomenclatura “autismo infantil precoce”, em um relatório de 1943, no qual [ele] descrevia 11 crianças com comportamentos muito semelhantes. O médico utilizou expressões como ‘solidão autística’ e ‘insistência na mesmice, que hoje são sintomas ainda tipicamente encontrados em pessoas autistas. Os portadores desse ‘autismo clássico’ têm comprometimento das capacidades cognitivas que varia de moderado a grave, além da dificuldade de interação social, de comunicação e do comportamento repetitivo. Os autistas chamados de ‘alto funcionamento’
3) Autistas do tipo regressivo. Essa variação no espectro de desordens autistas inclui aqueles que se desenvolvem normalmente até aproximadamente 1 ano e meio, e em seguida, até os 3 anos, sofrem regressão da linguagem e do comportamento tornando-se autistas.
A força da genética
Desde que o autismo foi descrito pela primeira vez, em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, um sem-número de estudos já foi feito sobre a desordem, mas ela ainda é considerada uma das mais enigmáticas da ciência. Muitas hipóteses e teorias foram levantadas para explicá-la, e um número igual delas já foi derrubado. Chegou-se a dizer, por exemplo, que vacinas poderiam causar intoxicação que levaria ao autismo; que determinados alimentos causariam o distúrbio; e até mesmo que a mãe era culpada pelo surgimento dos sintomas no filho.
“Não há comprovação de nenhum fator ambiental no surgimento do autismo”, afirma o neurofisiologista Vladimir Lazarev, do Instituto Fernandes Figueira (IFF). Juntamente com o médico Adailton Pontes, também do IFF, Lazarev tem conduzido estudos sobre o perfil neurofisiológico de crianças portadoras de autismo (ver ‘Em busca do diagnóstico preciso’ em CH 224).
Fora do Brasil, a ideia geral é também que “além de processos genéticos, não se conhece outras possíveis causas cientificamente viáveis para o autismo”, nas palavras do psicólogo Ami Klin, coordenador do Programa de Autismo da Universidade de Yale (Estados Unidos). O desconhecimento de influências do ambiente, no entanto, não significa que elas não existam.
Os processos genéticos aos quais Klin se refere são, na verdade, mutações genéticas – ou seja, microdeleções, inversões ou duplicações de determinados genes – que se descobriu ter relação com o autismo. “Os fatores genéticos respondem por mais de 90% das causas para o autismo”, explica o neuropediatra Leonardo deAzevedo. Os outros possíveis fatores não são conhecidos, e podem ser, por exemplo, resultado de problemas durante a gravidez, como rubéola, toxoplasmose e acidentes.
Não há apenas um gene relacionado ao distúrbio, mas vários, o que dificulta o trabalho dos cientistas. “O envolvimento de múltiplos genes pode responder por mais de 90% dos casos de propensão para o autismo”, explica deAzevedo. Esse mapeamento, embora impreciso, é importante, pois possibilita a elaboração de possíveis tratamentos ou medicamentos que suprimam as faltas ou estabilizem os excessos causados pelas mutações genéticas.
Entre os genes-candidatos, estão dois responsáveis pelo metabolismo da serotonina, um neurotransmissor que tem um papel regulador de determinadas fases do sono. Outra possibilidade é o gene RELN, codificador de uma proteína extracelular que coordena a migração de neurônios durante o desenvolvimento do cérebro. Essa proteína, chamada de relina, tem papel importante no desenvolvimento do córtex cerebral, do hipocampo e do cerebelo – estruturas nas quais já foram identificadas anormalidades em pessoas autistas.
No Brasil, a pesquisa genética também tem bons prognósticos. O laboratório coordenado por Vadasz no Hospital das Clínicas de São Paulo tem, além de uma área de diagnóstico e tratamento para distúrbios do espectro autista, um projeto de pesquisa voltado para a identificação de genes-candidatos à desordem e células-tronco. Vadasz é otimista. Para ele, em cinco ou 10 anos, será possível realizar intervenções terapêuticas. “A ideia é tirar células-tronco dos dentes de leite de crianças autistas, colocá-las em cultura e, com o tempo, diferenciar essas células em neurônios”, explica. Em seguida, os cientistas tentarão introduzir esses neurônios no sistema nervoso para suprir algumas falhas no processamento cerebral, numa técnica chamada de ‘reengenharia dos neurônios’.
Oxitocina: o ‘hormônio do amor’?
Entre todos os genes candidatos, a descoberta de um deles tem gerado efeitos práticos mais concretos. Trata-se do gene responsável pelo controle da produção da oxitocina, um hormônio relacionado ao sistema reprodutor feminino, que é produzido no hipotálamo. Apelidada de ‘hormônio do amor’ e ‘hormônio da confiança’ graças ao seu papel nas relações interpessoais e nos comportamentos afetivos, a oxitocina tem sido analisada em vários países por seu potencial de tratamento de alguns comportamentos autistas, como a ausência de contato visual e a dificuldade de relação com outras pessoas.
“Alguns estudos já comprovaram que pessoas com algum tipo de desordem do espectro autista possuem menos oxitocina no sangue periférico”, explica Azevedo. Em experimentação em roedores, percebeu-se que a proteína CD38 regula a secreção de oxitocina. Nos roedores em que falta a proteína CD38, os níveis de oxitocina no sangue são baixos.
Foi a partir dessa constatação que instituições do mundo todo têm realizado testes que analisam os efeitos da ingestão de oxitocina em pacientes autistas sob a forma de spray nasal. Um desses estudos, publicado na revista norte-americana PNAS, foi coordenado pela neurocientista francesa Elissar Andari, do Instituto Nacional de Pesquisas Científicas da França.
Andari e seus colegas conduziram um estudo com 13 pessoas portadoras de autismo de alto desempenho – aqueles que possuem suas capacidades cognitivas preservadas. Em um jogo no qual deveriam jogar uma bola e recebê-la de volta de três outros jogadores fictícios, os cientistas analisaram a interação das crianças em relação aos outros jogadores, que eram divididos entre bons, ruins e neutros. Aquelas portadoras de autismo não diferenciavam quais jogadores tinham melhor desempenho. No entanto, após a inalação de oxitocina, esses pacientes percebiam a diferença e interagiam mais com o jogador ‘bom’, lançando uma quantidade maior de bolas para ele.
“Diz-se que a oxitocina causa melhora em alguns comportamentos autistas essenciais, como o engajamento social, mas isso ainda não é comprovado totalmente”, opina Klin. No entanto, dados os excelentes resultados em estudos como o de Andari, a expectativa é de que futuramente se poderá tratar o autismo com oxitocina.
No Brasil, o grupo de deAzevedo, em colaboração com a professora Vivian Rumjanek, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está estudando o comportamento desta proteína nas crianças autistas. Já no Hospital das Clínicas, em São Paulo, o tratamento com a oxitocina é feito por meio do contato com cães. Vadasz, coordenador do programa que realiza o tratamento, explica essa relação um tanto surpreendente: “Estudos já demonstraram que, quando temos algum contato com cães, nosso cérebro produz oxitocina”. Nos Estados Unidos, a chamada terapia assistida por cães (TAC) tem apresentado bons resultados.
Enquanto ela não vem... Os tratamentos
A oxitocina ainda está em fase de testes para o tratamento de sintomas do autismo. Por enquanto, o tratamento para o distúrbio passa por várias áreas médicas, e o grau de efetividade depende da idade em que é iniciado. A cura, entretanto, ainda não está num horizonte próximo. “Não sabemos de uma causa específica para o autismo e, até que isso seja conhecido, será difícil falar de cura”, explica Klin. “No entanto, há tratamentos comportamentais bastante efetivos que podem ajudar crianças e adultos a superar suas dificuldades.” Para ele, o objetivo com esses tratamentos – em sua maior parte sem a utilização de medicamentos – não é curar, mas ajudar os portadores dessa desordem no seu relacionamento com outros.
É difícil precisar um tipo específico de tratamento para desordens do espectro autista, primeiramente porque elas são muitas e bastante variáveis. Há crianças autistas que simplesmente não falam; outras que repetem a mesma frase fora de contexto muitas vezes; há aquelas que não demonstram interesse por absolutamente nada, e outras que escolhem um assunto específico para se aprofundar. O espectro é, de fato, bastante amplo. Por isso, tanto psicanalistas como outros médicos e pediatras concordam que o melhor é um tratamento individualizado, de acordo com as limitações apresentadas por cada pessoa.
Autora do livro Do silêncio ao eco: autismo e clínica psicanalítica,publicado pela Edusp, a psicanalista Luciana Pires defende essa abordagem individualizada. Depois de mais de dez anos de clínica dedicada ao tratamento de crianças autistas no Brasil e na Inglaterra, Pires chegou à conclusão de que a relação do paciente com o analista é ponto de partida para que este crie condições de melhorar o desenvolvimento subjetivo e emocional da criança. “Por detrás dos mesmos sintomas, temos posições subjetivas muito diferentes. Essa compreensão orienta a ação do psicanalista na clínica do autismo”, explica ela.
Cérebro: ainda há dúvidas
Se clinicamente o autismo é bastante conhecido e suas formas de tratamento já alcançaram relativo sucesso, os mecanismos pelos quais ele atua no cérebro ainda geram dúvidas. Muitas hipóteses consideradas têm sido derrubadas por falta de comprovação. De maneira geral, a teoria mais aceita pela comunidade científica é que as mutações genéticas causam falhas de conexão entre as diferentes regiões cerebrais, o que geraria problemas em algumas estruturas, como o cerebelo, o hipotálamo (onde se sintetiza, por exemplo, a oxitocina) e o córtex.
Lazarev e Pontes, pesquisadores do Instituto Fernandes Figueira, têm utilizado a eletroencefalografia para sustentar a hipótese de que, em cérebros de pessoas portadoras de autismo, há alteração na assimetria funcional entre os hemisférios direito e esquerdo. De acordo com essa hipótese, o hemisfério direito do autista teria menor nível de ativação em comparação com a mesma região de pessoas sem o distúrbio. Ao mesmo tempo, o hemisfério esquerdo teria o que eles chamam de hiperatividade, ou seja, hiperconectividade funcional entre as diferentes regiões deste hemisfério. A hiperatividade do hemisfério esquerdo seria, portanto, uma forma de ‘compensação’ da atividade relativamente baixa do lado direito.
“Há ainda quem pense, como o psicólogo inglês Baron-Cohen, que o cérebro autista seria hipermasculino, uma vez que ele tem o hemisfério esquerdo hiperativo”, explica Lazarev. Para entender a afirmação do neurofisiologista, é importante lembrar: enquanto o hemisfério direito é ligado às emoções e às relações interpessoais, o lado esquerdo responde mais pela lógica e racionalidade. A hipótese de assimetria cerebral, portanto, converge com os principais sintomas das desordens do espectro autista.
Klin, da Universidade de Yale, entretanto, tem uma visão diferente. “A hipótese de assimetria cerebral é antiga, e alguns pensam que ela simplifica o perfil neurofisiológico do autismo”, comenta. Para ele, uma hipótese mais provável é a da ‘conectividade atípica’, que é mais recente. Segundo ela, o cérebro de um portador de autismo apresenta hipoconectividade em conexões mais longas (como entre hemisférios) e hiperconectividade em conexões mais curtas – ou ‘locais’.
Para Lazarev e Pontes, o modelo comentado por Klin, e já definido por outros autores, não vai de encontro à sua hipótese. “Esses resultados foram encontrados por meio de avaliação das oscilações bioelétricas do cérebro, que mede a conectividade de curta e longa distância entre as áreas cerebrais”, explica Pontes. “Logo, nossa hipótese está em sintonia com o modelo de conectividade atípica.”
Esses modelos, entretanto, não devem ser vistos como uma tentativa de explicar os mecanismos específicos do cérebro autista. “Essa hipótese é uma visão geral para entender os padrões de imagem do cérebro autista”, explica Klin, acrescentando que as últimas descobertas sobre a genética do autismo apontam, por exemplo, para a existência de moléculas de adesão celular que têm papel no aprendizado. “De qualquer forma, alterações cerebrais resultantes de hipóteses celulares ou moleculares ainda não foram suficientemente desenvolvidas”, resume Klin.
Sugestões para leitura:
ANDARI, Elissar; DUHAMELA, J.; ZALLAB, T.; HERBRECHTB, E.; LEBOYERB, M & SIRIGUIA, A. ‘Promoting social behavior with oxytocin in high-functioning autism spectrum disorders’, in Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 107, nº 9, p. 4389-4394, 2010.
DICICCO-BLOOM, Emanuel; LORD, C.; ZWAIGENBAUM, L.; COURCHESNE, S.; SCHMITZ, C.; SCHULTZ, R.; CRAWLEY, J. & YOUNG, L. ‘The Developmental Neurobiology of Autism Spectrum Disorder’, in The Journal of Neuroscience, v. 26, p. 6897, 2006.
Lazarev VV, Pontes A, Mitrofanov AA, deAzevedo LC. "Interhemispheric asymmetry in EEG photic driving coherence in childhood autism, in Clin Neurophysiol. 2010 Feb;121(2):145-52.
PIRES, Luciana. Do silêncio ao eco: autismo e clínica psicanalítica. São Paulo, Edusp, 2007.

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Há mais de 70 anos cientistas de todo mundo se dedicam a estudar aquela que é uma das mais enigmáticas desordens neurológicas: o autismo. Embora muitos avanços tenham sido feitos na área clínica, os mecanismos moleculares, genéticos e neurobiológicos desse distúrbio permanecem em grande parte desconhecidos. Novos estudos, entretanto, parecem dar esperança para se recomendar tratamentos e medicamentos mais eficazes em um futuro próximo.
Isabela Fraga
Ciência Hoje/RJ

“Ele vive no seu próprio mundo.” A frase é bastante utilizada para descrever de forma leviana pessoas distraídas, que dão pouca atenção ao que acontece ao seu redor. As mesmas palavras, entretanto, ganham um significado muito mais enfático quando se referem a um portador de autismo – uma desordem neurológica manifestada por uma tríade de sintomas: déficit de interação social, dificuldade de linguagem e comportamento repetitivo.
A imagem clássica da pessoa autista – reproduzida em filmes, livros e seriados de televisão – é a de um indivíduo indiferente ao ambiente que o cerca, balançando para frente e para trás, sem olhar nos olhos de ninguém, conversar ou demonstrar interesse por qualquer assunto. Como todos os estereótipos, essa representação do autismo não pode ser encarada como verdade absoluta.
Afinal, o autismo não é uma disfunção única, mas sim um espectro de problemas, que variam de intensidade e tipo. Uma criança com um autismo leve como a síndrome de Asperger, por exemplo, pode conversar, frequentar escolas normais e ter uma vida independente quando envelhecer. E é justamente por abarcar uma infinidade de comportamentos e sintomas secundários que médicos e cientistas preferem classificar o distúrbio, de maneira mais geral, como desordens do espectro autista (ASD, na sigla em inglês).
Como um dos principais sintomas do autismo é a dificuldade de interação social e de comunicação, torna-se um duplo desafio para pais, médicos, neurologistas, psicólogos e psiquiatras diagnosticar e tratar de crianças que apresentam esse comportamento. Não receber resposta a perguntas simples como ‘o que há de errado?’ e não conseguir estabelecer conexão com o filho ou paciente são situações cotidianas para pessoas que lidam de perto com o autismo. “É uma charada difícil de ser desvendada, e por isso decepcionante e frustrante”, comenta o neuropediatra Leonardo deAzevedo, do Instituto Fernandes Figueira (IFF-Fiocruz), no Rio de Janeiro.
DeAzevedo realiza estudos clínicos sobre o autismo, em especial sobre a relação entre o distúrbio e o sistema imunológico do seu portador. Além dele, outros pesquisadores e médicos do Laboratório de Neurobiologia e Neurofisiologia Clínica do setor de Neurologia do instituto têm as desordens do espectro autista como objeto de estudo, como é o caso do neurofisiologista Vladimir Lazarev e do neurologista Adailton Pontes, mais voltados para a neurofisiologia da desordem.
Diagnóstico: quanto antes, melhor
O documentário O nome dela é Sabine, dirigido pela atriz francesa Sandrine Bonnaire, apresenta bem alguns aspectos da vida de uma pessoa portadora de autismo. No filme, a diretora focaliza sua irmã, Sabine, portadora de um tipo de autismo que não é explicitado ao longo do documentário. Ela tem olhar vago, está acima do peso, não estabelece contato visual, repete a mesma pergunta várias vezes, não mantém uma conversa por muito tempo e tem surtos ocasionais de violência.
Sobre essa imagem triste da irmã, a diretora contrapõe trechos de filmes caseiros antigos, nos quais Sabine está completamente diferente. Mais magra, ela parece demonstrar mais domínio sobre seu corpo, conversa com a irmã com muito mais facilidade, dança e ri. A diferença entre essas duas Sabines é enorme, e logo o espectador compreende: por falta de diagnóstico e tratamento adequados, Sabine acabou por ser internada num hospital psiquiátrico, onde permaneceu por cinco anos. O filme parece ser um mea culpa de Sandrine em relação à piora drástica da irmã.
Episódios como esse, no entanto, em que uma criança portadora de autismo é erroneamente diagnosticada e, por isso, não passa por tratamentos adequados, não são raros, mesmo hoje em dia. No Brasil, por exemplo, ainda há muitos casos de diagnóstico tardio. A dificuldade, por parte dos pais, de perceber os sintomas em seus filhos ainda bebês, juntamente com o desconhecimento em relação ao distúrbio, fazem com que a criança seja apontada como autista somente quando está mais velha.
Esse cenário está longe do ideal. É de consenso geral entre os cientistas: quanto antes for feito o diagnóstico do autismo, mais fácil e eficiente é o tratamento e, consequentemente, também a melhora. Para o médico Estevão Vadasz, coordenador do Projeto Autismo no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o ideal é que o diagnóstico seja feito quando a criança tem entre um ano e meio e dois anos. “O mais comum, no entanto, é a partir dos três anos de idade”, afirma.
Por apresentar diversos sintomas e níveis, o próprio diagnóstico para a desordem do espectro autista é bastante individualizado e subjetivo. Segundo Vadasz, a observação é a base para que se aponte se uma criança tem ou não autismo. “Observamos as três áreas mais afetadas pelas desordens autistas: a comunicação e a linguagem, a socialização; e os comportamentos repetitivos e interesses circunscritos”, explica o médico, acrescentando que não há um exame médico específico para o diagnóstico do autismo.
No Brasil, não há uma estimativa oficial do governo de casos de autismo na população e, para fins estatísticos, utilizam-se dados extrapolados de instituições estrangeiras, como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Segundo um relatório de 2006 desse instituto, uma em cada 110 crianças é portadora de uma desordem do espectro autista. O número parece bastante alto, mas os critérios do instituto provavelmente englobam muitos níveis de autismo, inclusive os mais leves.
Os vários autismos
De maneira geral, as desordens de espectro autista, que englobam uma grande variedade de comportamentos e problemas sob o ponto de vista clínico, podem ser divididas em dois ‘tipos’ de autismo. Obviamente, essa divisão é artificial e abarca em si outras muitas pequenas variações.
1) Síndrome de Asperger. Descrita pela primeira vez pelo pediatra austríaco Hans Asperger (1906–1980), é considerada uma forma de autismo mais branda. Seus portadores apresentam os três sintomas básicos (dificuldade de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos), mas suas capacidades cognitivas e de linguagem são relativamente preservadas. Na verdade, alguns até mesmo apresentam níveis de QI acima da média, motivo pelo qual a criança portadora da síndrome de Asperger é comumente representada como um pequeno gênio que descobre códigos e resolve enigmas. Entretanto, a síndrome de Asperger engloba aproximadamente 20-30% dos portadores de desordens do espectro autista.
2) Autismo ‘clássico’. É o tipo descrito pelo médico austríaco erradicado nos Estados Unidos Leo Kanner (1894-1981). Kanner foi o primeiro a utilizar a nomenclatura “autismo infantil precoce”, em um relatório de 1943, no qual [ele] descrevia 11 crianças com comportamentos muito semelhantes. O médico utilizou expressões como ‘solidão autística’ e ‘insistência na mesmice, que hoje são sintomas ainda tipicamente encontrados em pessoas autistas. Os portadores desse ‘autismo clássico’ têm comprometimento das capacidades cognitivas que varia de moderado a grave, além da dificuldade de interação social, de comunicação e do comportamento repetitivo. Os autistas chamados de ‘alto funcionamento’
3) Autistas do tipo regressivo. Essa variação no espectro de desordens autistas inclui aqueles que se desenvolvem normalmente até aproximadamente 1 ano e meio, e em seguida, até os 3 anos, sofrem regressão da linguagem e do comportamento tornando-se autistas.
A força da genética
Desde que o autismo foi descrito pela primeira vez, em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, um sem-número de estudos já foi feito sobre a desordem, mas ela ainda é considerada uma das mais enigmáticas da ciência. Muitas hipóteses e teorias foram levantadas para explicá-la, e um número igual delas já foi derrubado. Chegou-se a dizer, por exemplo, que vacinas poderiam causar intoxicação que levaria ao autismo; que determinados alimentos causariam o distúrbio; e até mesmo que a mãe era culpada pelo surgimento dos sintomas no filho.
“Não há comprovação de nenhum fator ambiental no surgimento do autismo”, afirma o neurofisiologista Vladimir Lazarev, do Instituto Fernandes Figueira (IFF). Juntamente com o médico Adailton Pontes, também do IFF, Lazarev tem conduzido estudos sobre o perfil neurofisiológico de crianças portadoras de autismo (ver ‘Em busca do diagnóstico preciso’ em CH 224).
Fora do Brasil, a ideia geral é também que “além de processos genéticos, não se conhece outras possíveis causas cientificamente viáveis para o autismo”, nas palavras do psicólogo Ami Klin, coordenador do Programa de Autismo da Universidade de Yale (Estados Unidos). O desconhecimento de influências do ambiente, no entanto, não significa que elas não existam.
Os processos genéticos aos quais Klin se refere são, na verdade, mutações genéticas – ou seja, microdeleções, inversões ou duplicações de determinados genes – que se descobriu ter relação com o autismo. “Os fatores genéticos respondem por mais de 90% das causas para o autismo”, explica o neuropediatra Leonardo deAzevedo. Os outros possíveis fatores não são conhecidos, e podem ser, por exemplo, resultado de problemas durante a gravidez, como rubéola, toxoplasmose e acidentes.
Não há apenas um gene relacionado ao distúrbio, mas vários, o que dificulta o trabalho dos cientistas. “O envolvimento de múltiplos genes pode responder por mais de 90% dos casos de propensão para o autismo”, explica deAzevedo. Esse mapeamento, embora impreciso, é importante, pois possibilita a elaboração de possíveis tratamentos ou medicamentos que suprimam as faltas ou estabilizem os excessos causados pelas mutações genéticas.
Entre os genes-candidatos, estão dois responsáveis pelo metabolismo da serotonina, um neurotransmissor que tem um papel regulador de determinadas fases do sono. Outra possibilidade é o gene RELN, codificador de uma proteína extracelular que coordena a migração de neurônios durante o desenvolvimento do cérebro. Essa proteína, chamada de relina, tem papel importante no desenvolvimento do córtex cerebral, do hipocampo e do cerebelo – estruturas nas quais já foram identificadas anormalidades em pessoas autistas.
No Brasil, a pesquisa genética também tem bons prognósticos. O laboratório coordenado por Vadasz no Hospital das Clínicas de São Paulo tem, além de uma área de diagnóstico e tratamento para distúrbios do espectro autista, um projeto de pesquisa voltado para a identificação de genes-candidatos à desordem e células-tronco. Vadasz é otimista. Para ele, em cinco ou 10 anos, será possível realizar intervenções terapêuticas. “A ideia é tirar células-tronco dos dentes de leite de crianças autistas, colocá-las em cultura e, com o tempo, diferenciar essas células em neurônios”, explica. Em seguida, os cientistas tentarão introduzir esses neurônios no sistema nervoso para suprir algumas falhas no processamento cerebral, numa técnica chamada de ‘reengenharia dos neurônios’.
Oxitocina: o ‘hormônio do amor’?
Entre todos os genes candidatos, a descoberta de um deles tem gerado efeitos práticos mais concretos. Trata-se do gene responsável pelo controle da produção da oxitocina, um hormônio relacionado ao sistema reprodutor feminino, que é produzido no hipotálamo. Apelidada de ‘hormônio do amor’ e ‘hormônio da confiança’ graças ao seu papel nas relações interpessoais e nos comportamentos afetivos, a oxitocina tem sido analisada em vários países por seu potencial de tratamento de alguns comportamentos autistas, como a ausência de contato visual e a dificuldade de relação com outras pessoas.
“Alguns estudos já comprovaram que pessoas com algum tipo de desordem do espectro autista possuem menos oxitocina no sangue periférico”, explica Azevedo. Em experimentação em roedores, percebeu-se que a proteína CD38 regula a secreção de oxitocina. Nos roedores em que falta a proteína CD38, os níveis de oxitocina no sangue são baixos.
Foi a partir dessa constatação que instituições do mundo todo têm realizado testes que analisam os efeitos da ingestão de oxitocina em pacientes autistas sob a forma de spray nasal. Um desses estudos, publicado na revista norte-americana PNAS, foi coordenado pela neurocientista francesa Elissar Andari, do Instituto Nacional de Pesquisas Científicas da França.
Andari e seus colegas conduziram um estudo com 13 pessoas portadoras de autismo de alto desempenho – aqueles que possuem suas capacidades cognitivas preservadas. Em um jogo no qual deveriam jogar uma bola e recebê-la de volta de três outros jogadores fictícios, os cientistas analisaram a interação das crianças em relação aos outros jogadores, que eram divididos entre bons, ruins e neutros. Aquelas portadoras de autismo não diferenciavam quais jogadores tinham melhor desempenho. No entanto, após a inalação de oxitocina, esses pacientes percebiam a diferença e interagiam mais com o jogador ‘bom’, lançando uma quantidade maior de bolas para ele.
“Diz-se que a oxitocina causa melhora em alguns comportamentos autistas essenciais, como o engajamento social, mas isso ainda não é comprovado totalmente”, opina Klin. No entanto, dados os excelentes resultados em estudos como o de Andari, a expectativa é de que futuramente se poderá tratar o autismo com oxitocina.
No Brasil, o grupo de deAzevedo, em colaboração com a professora Vivian Rumjanek, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está estudando o comportamento desta proteína nas crianças autistas. Já no Hospital das Clínicas, em São Paulo, o tratamento com a oxitocina é feito por meio do contato com cães. Vadasz, coordenador do programa que realiza o tratamento, explica essa relação um tanto surpreendente: “Estudos já demonstraram que, quando temos algum contato com cães, nosso cérebro produz oxitocina”. Nos Estados Unidos, a chamada terapia assistida por cães (TAC) tem apresentado bons resultados.
Enquanto ela não vem... Os tratamentos
A oxitocina ainda está em fase de testes para o tratamento de sintomas do autismo. Por enquanto, o tratamento para o distúrbio passa por várias áreas médicas, e o grau de efetividade depende da idade em que é iniciado. A cura, entretanto, ainda não está num horizonte próximo. “Não sabemos de uma causa específica para o autismo e, até que isso seja conhecido, será difícil falar de cura”, explica Klin. “No entanto, há tratamentos comportamentais bastante efetivos que podem ajudar crianças e adultos a superar suas dificuldades.” Para ele, o objetivo com esses tratamentos – em sua maior parte sem a utilização de medicamentos – não é curar, mas ajudar os portadores dessa desordem no seu relacionamento com outros.
É difícil precisar um tipo específico de tratamento para desordens do espectro autista, primeiramente porque elas são muitas e bastante variáveis. Há crianças autistas que simplesmente não falam; outras que repetem a mesma frase fora de contexto muitas vezes; há aquelas que não demonstram interesse por absolutamente nada, e outras que escolhem um assunto específico para se aprofundar. O espectro é, de fato, bastante amplo. Por isso, tanto psicanalistas como outros médicos e pediatras concordam que o melhor é um tratamento individualizado, de acordo com as limitações apresentadas por cada pessoa.
Autora do livro Do silêncio ao eco: autismo e clínica psicanalítica,publicado pela Edusp, a psicanalista Luciana Pires defende essa abordagem individualizada. Depois de mais de dez anos de clínica dedicada ao tratamento de crianças autistas no Brasil e na Inglaterra, Pires chegou à conclusão de que a relação do paciente com o analista é ponto de partida para que este crie condições de melhorar o desenvolvimento subjetivo e emocional da criança. “Por detrás dos mesmos sintomas, temos posições subjetivas muito diferentes. Essa compreensão orienta a ação do psicanalista na clínica do autismo”, explica ela.
Cérebro: ainda há dúvidas
Se clinicamente o autismo é bastante conhecido e suas formas de tratamento já alcançaram relativo sucesso, os mecanismos pelos quais ele atua no cérebro ainda geram dúvidas. Muitas hipóteses consideradas têm sido derrubadas por falta de comprovação. De maneira geral, a teoria mais aceita pela comunidade científica é que as mutações genéticas causam falhas de conexão entre as diferentes regiões cerebrais, o que geraria problemas em algumas estruturas, como o cerebelo, o hipotálamo (onde se sintetiza, por exemplo, a oxitocina) e o córtex.
Lazarev e Pontes, pesquisadores do Instituto Fernandes Figueira, têm utilizado a eletroencefalografia para sustentar a hipótese de que, em cérebros de pessoas portadoras de autismo, há alteração na assimetria funcional entre os hemisférios direito e esquerdo. De acordo com essa hipótese, o hemisfério direito do autista teria menor nível de ativação em comparação com a mesma região de pessoas sem o distúrbio. Ao mesmo tempo, o hemisfério esquerdo teria o que eles chamam de hiperatividade, ou seja, hiperconectividade funcional entre as diferentes regiões deste hemisfério. A hiperatividade do hemisfério esquerdo seria, portanto, uma forma de ‘compensação’ da atividade relativamente baixa do lado direito.
“Há ainda quem pense, como o psicólogo inglês Baron-Cohen, que o cérebro autista seria hipermasculino, uma vez que ele tem o hemisfério esquerdo hiperativo”, explica Lazarev. Para entender a afirmação do neurofisiologista, é importante lembrar: enquanto o hemisfério direito é ligado às emoções e às relações interpessoais, o lado esquerdo responde mais pela lógica e racionalidade. A hipótese de assimetria cerebral, portanto, converge com os principais sintomas das desordens do espectro autista.
Klin, da Universidade de Yale, entretanto, tem uma visão diferente. “A hipótese de assimetria cerebral é antiga, e alguns pensam que ela simplifica o perfil neurofisiológico do autismo”, comenta. Para ele, uma hipótese mais provável é a da ‘conectividade atípica’, que é mais recente. Segundo ela, o cérebro de um portador de autismo apresenta hipoconectividade em conexões mais longas (como entre hemisférios) e hiperconectividade em conexões mais curtas – ou ‘locais’.
Para Lazarev e Pontes, o modelo comentado por Klin, e já definido por outros autores, não vai de encontro à sua hipótese. “Esses resultados foram encontrados por meio de avaliação das oscilações bioelétricas do cérebro, que mede a conectividade de curta e longa distância entre as áreas cerebrais”, explica Pontes. “Logo, nossa hipótese está em sintonia com o modelo de conectividade atípica.”
Esses modelos, entretanto, não devem ser vistos como uma tentativa de explicar os mecanismos específicos do cérebro autista. “Essa hipótese é uma visão geral para entender os padrões de imagem do cérebro autista”, explica Klin, acrescentando que as últimas descobertas sobre a genética do autismo apontam, por exemplo, para a existência de moléculas de adesão celular que têm papel no aprendizado. “De qualquer forma, alterações cerebrais resultantes de hipóteses celulares ou moleculares ainda não foram suficientemente desenvolvidas”, resume Klin.
Sugestões para leitura:
ANDARI, Elissar; DUHAMELA, J.; ZALLAB, T.; HERBRECHTB, E.; LEBOYERB, M & SIRIGUIA, A. ‘Promoting social behavior with oxytocin in high-functioning autism spectrum disorders’, in Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 107, nº 9, p. 4389-4394, 2010.
DICICCO-BLOOM, Emanuel; LORD, C.; ZWAIGENBAUM, L.; COURCHESNE, S.; SCHMITZ, C.; SCHULTZ, R.; CRAWLEY, J. & YOUNG, L. ‘The Developmental Neurobiology of Autism Spectrum Disorder’, in The Journal of Neuroscience, v. 26, p. 6897, 2006.
Lazarev VV, Pontes A, Mitrofanov AA, deAzevedo LC. "Interhemispheric asymmetry in EEG photic driving coherence in childhood autism, in Clin Neurophysiol. 2010 Feb;121(2):145-52.
PIRES, Luciana. Do silêncio ao eco: autismo e clínica psicanalítica. São Paulo, Edusp, 2007.

Assessoria de Comunicação da SBP
Tel: 55 21 2256-6856
55 21 2548-1999 r/ 33 e 48
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Adriana Zink: Escovando os dentes de seu filho autista

Adriana Zink: Escovando os dentes de seu filho autista: "RESPEITE O TEMPO QUE SEU FILHO PERMITE PARA ESCOVAR, AUMENTE ESSE TEMPO AOS POUCOS DEIXE QUE ELE ASSISTA VOCÊ ESCOVANDO OS DENTES DÊ UMA ESC..."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Revista Autismo - A realização de um sonho sonhado junto!

A TODOS:
Acompanhe, nestes 3 textos, o "parto" da Revista Autismo, que está nascendo.

Abraço,



Paiva Junior
Pai do Giovani, 3a4m, atualmente ESTÁ no espectro autista;
e pai da Samanta, 1a3m, com desenvolvimento típico.
ATIBAIA - SP



 

O sabor da realização de um sonho coletivo é realmente mais saboroso!

A realização de um sonho, ver o concreto de uma coisa que foi cuidadosamente planejada e desejada é uma das grandes dádivas da vida. Quando este sonho é compartilhado por muitos e representa a união de forças, boa vontade e disposição do ser humano para o bem-estar coletivo é uma dádiva maior ainda. E agora, neste mês de setembro, uma destas dádivas virará realidade para todo o Brasil.

A Revista Autismo é um sonho coletivo de pais e profissionais que na sua grande maioria só se conhece virtualmente através das trocas de e-mails do grupo Autismo Tratamento.
Entre a 1ª troca de e-mails que surgiu de uma conversa entre Martim Fanucchi (produtor gráfico e editorial, pai de Júlia) e Dr. José Augusto Farina (advogado especializado em ONGs e jornalista) no dia 23 de abril, passaram-se pouco menos de 5 meses.
A idéia inicial era de produzir uma publicação impressa semestral e com cópia digital exclusivamente sobre autismo com matérias diversas, pesquisas, manter relacionamento com outras publicações do mundo todo para troca de informações e criar um banco de dados de todas as entidades, escolas, clínicas e profissionais existentes no Brasil.

Logo algumas pessoas, pais e profissionais especialistas em áreas distintas, foram se apresentando para colaborar com o projeto, com a adesão fundamental de Francisco Paiva Júnior (jornalista e pai de Giovani) e Zinho Casa Grande (empresário gráfico e pai de Gabriel) onde a revista está sendo impressa sem custos.

Esta revista é resultado de um trabalho 100% voluntário de um grupo onde o maior desejo é levar informação precisa e de qualidade sobre a enorme gama de aspectos que envolvem o autismo e assim melhorar a vida de portadores da síndrome e de seus familiares, visando principalmente aqueles que não tem este tipo de informação através da internet.

Eu tenho a honra de participar deste grupo e junto com a nutricionista Priscila Spiandorello, estarei escrevendo matérias sobre nutrição e dietas específicas para autistas.
Ainda participaram entre outros colaboradores:

* Sabrina Ribeiro, psicóloga, escreveu sobre ABA;


* Marta Tornavoi, médica, escreveu sobre Ortomolecular;

* Andrea Lungwitz, pedagoga, escreveu sobre Educação, junto com Adriana Moral Ramos e Estela Shimabukuro;

* José Salomão Schwartzman, médico neuropediatra;

* Walter Camargos Jr., médico psiquiatra;

* Simone Pires, médica DAN!;

* Mariana Tolezani, da InspiradosPeloAutismo.com.br, escreveu sobre Son-Rise;

* Beatriz Padovan e Iolanda Bezerra, sobre Método Padovan;

* Adriana Zink, cirurgiã-dentista, sobre odontologia;

* Renata Veloso, escreveu sobre fonoaudiologia;

* Douglas Fabber, tradutor, que fez toda a revisão dos textos da revista;

* Carolina Dutra, que escreveu sobre desfralde com texto exclusivo para o site (em breve será publicado);

* Ana Muniz e Claudia Dias, agenda e notas rápidas;

* Leandro Duran é o webmaster do site RevistaAutismo.com.br.


O editorial do nº 0 já está disponível no site da Revista onde você poderá acompanhar todas as edições.
A revista impressa poderá ser adquirida através deste link lembrando que por ser gratuita e resultado de um trabalho voluntário, o interessado deverá arcar com todos os custos de envio dos exemplares.
Você poderá adquirí-la para distribuir em associações, escolas e clínicas por exemplo e assim, ajudar a transformar informação em ação.

Espero sinceramente que esta revista seja mais uma ferramenta de esperança e aprendizado.

Façam um bom proveito!
                                     Claudia Marcelino

domingo, 22 de agosto de 2010

Curso:Autismo e Inclusão Escolar.O que fazer?

Novo exame cerebral ajuda a identificar autismo em adultos

Novo exame cerebral ajuda a identificar autismo em adultos
A nova técnica identifica diferenças estruturais nos órgãos dos pacientes

Um exame cerebral simples, que dura apenas 15 minutos, pode ser um grande aliado no diagnóstico do autismo - distúrbio neurológico que dificulta principalmente a interação pessoal.

A nova técnica, que identifica diferenças estruturais nos órgãos dos pacientes, pode acelerar o processo de identificação da doença em crianças - que hoje acaba sendo demorado e tardio.

Pesquisadores ingleses fizeram um estudo comparando imagens do cérebro de 20 adultos saudáveis e 20 autistas - que já haviam sido diagnosticadas pelos métodos tradicionais, como testes de QI, entrevista e exames físico e de sangue.

De acordo com a psiquiatra e coordenadora da pesquisa Christine Ecker, do King's College Institute of Psychiatry, diferenças significativas foram encontradas na espessura dos tecidos em partes do cérebro que são responsáveis por funções como comportamento e linguagem.

Foi possível identificar com 90% de precisão, o que foi considerado um ponto muito positivo porque, de acordo com a cientista, "se conseguimos 90% de precisão em adultos, acreditamos que os resultados serão ainda melhores em crianças". Agora, os pesquisadores planejam estender a análise a mulheres e crianças.

"Acreditamos que essa abordagem vai funcionar melhor ainda em crianças porque as anormalidades do autismo são mais proeminentes durante a infância", enfatizou Christine Ecker.

A tecnologia utilizada é comum para o reconhecimento de rostos em programas de computador, mas nunca havia sido usada para imagens cerebrais.

O novo método é importante, segundo o estudioso Declan Murphy, porque "o diagnóstico será baseado em um marcador biológico e não na opinião de um clínico após uma entrevista".

Ele ainda salienta que o diagnóstico preciso proporciona ao paciente a oportunidade de encontrar meios que melhorem sua qualidade de vida.(2010 saci.org.br)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Brasil terá a primeira revista sobre autismo da América Latina



 Amigos,
Peço a todos que ajudem na divulgação. Podem copiar o texto abaixo e publiquem, por favor, em seus blogs.
A notícia deverá ajudar muitas famílias afetadas pelo autismo, principalmente às que não têm acessou (ou habilidade) com a internet. E para fazer com que a informação chegue a mais gente, um grupo de pais e profissionais resolveu fazer uma revista sobre autismo, com trabalho 100% voluntário. A impressão da edição de lançamento (a revista número zero) foi doada por um pai de autista, de Santa Catarina, que tem um gráfica. Para as demais edições vamos tentar patrocínio de duas ou três grandes empresas (se você tiver um bom contato com alguma, avise-me por favor!), e se não conseguirmos, tentaremos vender publicidade e manter a revista dessa forma.
Como sou jornalista, fui convidado a ser o editor-chefe da publicação. E topei imediatamente (e comprometi muitas madrugadas minhas por isso... hehehe).
A revista terá circulação nacional e distribuição gratuita. Também haverá uma versão eletrônica que servirá aos demais países de língua portuguesa.
O site da revista, www.RevistaAutismo. com.br, está em construção e terá muito material extra para se acessado e compartilhado.
Será a primeira revista exclusivamente sobre autismo em toda a América Latina e a única em língua portuguesa, no mundo.

Ah, também já criamos o Twitter @RevistaAutismo (sigam-nos os bons!).

Ajudem a divulgar, por favor.
Desde já, lhes agradeço pelo apoio,

Paiva Junior
Pai do Giovani, 3a3m, atualmente ESTÁ no espectro autista;
e pai da Samanta, 1a3m, com desenvolvimento típico.
ATIBAIA - SP

Brasil terá a primeira revista sobre autismo da América Latina

O Brasil está prestes a ter a primeira revista sobre autismo em toda a América Latina e a única em língua portuguesa no mundo. Neste mês de agosto (2010), será lançada a Revista Autismo e o site RevistaAutismo. com.br com muito material sobre o assunto. Também no Twitter a publicação tem um canal para divulgação e interação (@RevistaAutismo).

A revista será impressa, de circulação nacional e gratuita. Haverá também uma versão eletrônica, online com 100% do conteúdo, além de material extra para ser compartilhado, com acesso irrestrito. O objetivo é levar informação a profissionais e principalmente a pais envolvidos com o autismo, ajudando essencialmente aos que não têm acesso à internet (ou habilidade com a tecnologia), além de democratizar a informação sobre autismo e conscientizar a sociedade sobre essa tão complexa síndrome, que precisa urgente de políticas de saúde pública.
 Edição zero
 A edição de lançamento (número zero) terá artigos de profissionais de renome, como o neuropediatra José Salomão Schwartzman, o médico Walter Camargos Jr., especialista em Psiquiatria da infância e adolescência, a médica Simone Pires, especialista em Protocolo DAN!, entre muitos outros textos de qualidade.

Para o material extra de cada artigo, a Revista Autismo utiliza a tecnologia de QR Codes (saiba mais aqui), uma espécie de código de integração de mídias, que pode ser lido por celulares com câmera e webcams em computadores, ligando o leitor a um material online complementar e atualizado.

Segundo o editor-chefe da revista, o jornalista Paiva Junior (@PaivaJunior), "o lançamento da publicação, que está com ótimo conteúdo e um design moderno, será um marco para o autismo no Brasil".

Então anote na sua agenda: agosto de 2010 é o mês de lançamento da Revista Autismo, que estará, na íntegra, no site RevistaAutismo. com.br para você ler e divulgar.