sábado, 13 de novembro de 2010

Cura do Autismo ? Jornal Nacional

Pesquisa de brasileiros traz esperança para a cura do autismo

REVISTA ÉPOCA -

Pesquisa de brasileiros traz esperança para a cura do autismo

Os cientistas testaram um remédio que deixou normal um neurônio de uma criança autista.

O Jornal Nacional noticiou nesta quinta uma descoberta promissora para as pessoas que têm autismo: uma disfunção que afeta a capacidade motora, de comunicação e de relacionamento do ser humano. Nesta sexta, o correspondente Rodrigo Bocardi conversou com o cientista brasileiro que chefiou a pesquisa para saber mais sobre essa descoberta.
A criança não se comunica direito. O convívio com as pessoas é limitado. E quando os pais se dão conta, percebem que o filho é portador de um transtorno neurológico: o autismo.
A doença até hoje se mostrou incurável e fez muitos pais se cobrarem achando que não deram o amor necessário ao filho. De San Diego, na Costa Oeste dos Estados Unidos, o pesquisador Alysson Muotri contesta.
"O estigma não deve existir mais. Não é culpa dos pais. Isso é um problema genético e a gente tem que trabalhar em cima disso".
Alysson chegou a essa conclusão depois de coordenar um estudo com mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto, na Universidade da Califórnia.
Para entender o cérebro de um autista, eles coletaram pedaços de pele de quatro crianças com a doença e de cinco sem. No laboratório, separaram as células da pele e as reprogramaram para se tornar neurônios.
Resultado: viram que os núcleos das células de crianças com autismo eram maiores e as ramificações de ligação com outros neurônios eram mais curtas e em menor número do que nas crianças sem o transtorno.
O próximo passo foi tentar resolver os problemas dos neurônios com sinais da doença. Os pesquisadores recorreram a diversos remédios. Um deles funcionou, deixou o neurônio normal. Isso deu esperanças de que o autismo possa ser curado.
Se foi possível alterar uma célula, é possível alterar todos os neurônios do cérebro, dizem os pesquisadores.
A questão é que o remédio foi eficiente para tratar uma célula em laboratório. Em doses maiores traz efeitos colaterais graves.
"O grande desafio agora é fazer uma triagem de novas drogas na esperança de conseguir descobrir um novo remédio que seja menos tóxico e que seja muito mais efeito do que o que a gente tem como prova de princípio hoje. Mas tudo pode acontecer. Pode ser que a gente tenha uma descoberta fenomenal e as coisas acelerem muito mais", finalizou Alysson.

 PÁGINA JN
Os cientistas brasileiros Alysson Muotri, Cassiano Carromeu e Maria Carolina Marchetto conseguiram, pela primeira vez, transformar em células saudáveis neurônios de portadores de um tipo de autismo.
Os três, que trabalham nos Estados Unidos, reprogramaram as células humanas em laboratório.
O autismo é uma disfunção que afeta a capacidade de comunicação, a capacidade motora e de relacionamento do ser humano. O estudo vai ser publicado na próxima edição da revista Cell.

 
"ESPERANÇA DE CURA NO AUTISMO,Link da reportagem:
http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/estudo-analisa-o-comportamento-cerebral-do-autismo"